Páginas

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

"Másculas Ações"

Versos escritos por Getúlio de Albuquerque César:

A cabeça de Manuel Isidoro

No início de uma tarde quieta, calma,
Um borborinho insólido surdiu
Percorrendo a cidade; estrepitante;
Em todos os recantos êle se ouviu.

Homens armados, pela rua a fora,
Corriam para o pátio do mercado.
Fecharam-se o comércio e as residências,
Com o borborinho mais acentuado.

Conheceu-se depois o que houvera:
Um trôco de soldado alagoano
Trazia triunfalmente em um barril
A cabeça do senhor de engelho Marvano,

De Manoel Isidoro, um homem bravo
Que por questões políticas, os amigos
De ontem, ódio sôbre êle derramaram,
Tornando-se em nefastos inimigos.

Cercaram-lhe o engelho com políciais.
Êle se entricheirou; era animado.
Só a traição de um dos seus lhe trouxe a morte.
Foi vencido lutando; um denodado.

Cortaram-lhe a cabeça e a colocaram
Em um barril com sal. E a grande escolta
Foi pra Palmares pra tomar o trem 
Pra Maceió, facilitando a volta.

Parara na Farmácia Polular
Pra medicar doentes e feridos...
O povo soube do troféu macabro
E levantou-se. Soaram os alaridos.

O povo sem temor rodeou a tropa
Que tentou reagir, como devia,
Sabia não lucrar na resistência,
Mas se mantinha firme na porfia.

Tenente Ursino amigo do comando
Que com êle lutou no Paraguai,
Aconselhou-o para não lutar,
Entregar o barril, para pôr termo
A ira, a revanche popular.

Coronel Pedro Melo não atendeu.
Tenente Ursino agiu, não recuou,
Arrebatou impávido o barril
E a Domingos Correia o entregou.

De posse do barril todos rumaram
Pro Cemitério; e lá, todos unidos,
O despôjo do heroi, do homem bravo,
Com apreço e sem jactância, cristãmente,
O enterraram!

Sem o barril, o seu troféu macabro,
Acorvardada a tropa se sentiu.
Depois de haver pensado os seus feridos
Rumou para a Estação de onde partiu.

Feito heróico do povo de Palmares
Que inda hoje se conta os serões...
Povo trabalhador, ordeiro, honesto
E ainda capaz de másculas ações!

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Ursino e d. Thereza Francisca do Rego Barros

Ursino Teixeira de Barros foi voluntário da pátria na Guerra do Paraguai (pertenceu ao 27o Corpo de Voluntários) como alferes e, porteriormente, promovido a Tenente (ver http://historiar.net/images/pdfs/Ordens_do_Dia_Conde_D_Eu_1869_70.pdf). Foi casado com Thereza Francisca do Rego Barros e, posteriormente, com Quitéria da Silva Barros.

Do primeiro casamento, temos Octávio Teixeira de Barros pai de Manoel Teixeira de Barros, meu avô. Veja:
  • Ursino Teixeira de Barros c.c. Thereza Francisca do Rego Barros
  • F. Octávio Teixeira de Barros e Josefa Maria da Conceição (?-1965)
  • N. Manoel Teixeria de Barros (Manoel de Neném - 1914-1975) e Francisca Lídia de Barros (1912-1987)
  • BN. Otávio de Barros Neto (1933-1999) c.c. Maria Áurea de Araújo (1945-2006)
  • TN. Sandra Kelly de Araújo (1966)
Encontramos referências sobre Ursino em Diários Oficiais em que ele é mencionado como Tenente do Exército (DOU 05/01/1909 - Pág. 28 - Seção 1 - Diário Oficial da União) e como tabelião de justiça em Palmares/PE.

No livro de Getúlio de Albuquerque César, sem título e ou ano, dedicado a suas memórias em Palmares/PE, temos algumas referências a Ursino, Quitéria (2o esposa) e filhos:

Gentes
(...)
O outro tabelião, Tenente Ursino,
No Paraguai ousado pelejara,
O batismo de fogo êle trazia, 
Pois uma orelha lá êle deixara.
(...)
Dona Teté, muito gorda,
Mulher do Tenente Ursino,
Era senhora exemplar.
Amiga de minha mãe, 
Viviam se visitando;
Na sua casa espaçosa
Eu gostava de brincar.

Otávio, Carlos e Lola,
Filhos do Tenente Ursino,
Foram meus bons companheiros
De brinco, quando menino.
(...).

No jornal A Província publicado no dia 28/01/1904, temos um convite para a missa de 7o dia da morte da primeira esposa de Ursino, dona Thereza Francisca do Rego Barros. Ver em: http://memoria.bn.br/DocReader/DocReader.aspx?bib=128066_01&pesq=carlos%20teixeira%20de%20barros
Transcrevemos:
D. Thereza Francisca do Rego Barros
Sétimo dia
Ursino Teixeira de Barros, Carlos Teixeira de Barros, Octavio Teixeira de Barros, Maria Soledade Barros e Joanna Teixeira de Barros, esposo e filhos da finada Thereza Francisca do Rego Barros, agradecem de coração a todos aquelles que se dignaram acompanhar ao cemitério publico os restos mortais da finada o convidam a seus parentes e amigos para assistirem á missa que por sua alma mandam resar na egreja de Nossa Senhora d Carmo, desta cidade, ás 8 horas da manhã do 29 corrente.

Somos Medeiros, quem diria!

Inevitavelmente, as famílias seridoenses estão interligadas. Somos Medeiros pelos vínculos familiares do meu avô paterno Veríssimo Bezerra de Araújo.

Maria José de Medeiros (1748-1840) era  filha de Sebastião de Medeiros Matos e Antônia de Morais Valcácer. Segundo Olavo de Medeiros Filho, em Velhas Famílias do Seridó, "Sebastião de Medeiros Matos era natural da Ilha de São Miguel, nos Açores, tendo vindo para o Brasil por volta de 1739, em companhia de seu irmão Rodrigo de Medeiros Rocha". Casada com Manoel Alves da Nóbrega e mãe da Ana Maria de Medeiros. Entenda:


Maria José de Medeiros (Babanca) e Manoel Álvares da Nóbrega (ou Manoel Alves da Nóbrega)
F. Ana Maria de Medeiros c.c. José Martins de Oliveira
N. Manoel Martins de Oliveira c.c. Felisbella Maria do Rosário (as vezes Felisbella Bezerra da Trindade)
BN. Antônio Martins de Oliveira Nóbrega c.c. Bárbara Joana do Bomfim
TN. Maria dos Anjos da Nóbrega c.c. José Etelvino de Araújo
TNN: Veríssimo Bezerra de Araújo c.c. Maria Guedes Bezerra
PN: Maria Áurea de Araújo c.c. Otávio de Barros Neto
HN: Sandra Kelly de Araújo


Também encontramos vínculo de parentesco a partir do casamento entre Tomaz de Araújo Pereira (2o) e Tereza de Jesus Maria (filha Rodrigo de Medeiros Rocha e Apolônia Barbosa de Araújo).
Sebastião e Rodrigo de Medeiros Rocha são as bases da família Medeiros no Seridó.

Assim, temos:

Tomaz de Araújo Pereira c.c. Maria da Conceição Mendonça
F. Tomaz de Araújo Pereira (2o) c.c. Tereza de Jesus Maria
N. Felipe  de Araújo Pereira c.c. Josefa Maria do Espírito Santos
BN. Marcos de Araújo Pereira c.c. Josefa Maria da Encarnação
TN. Pacífico Fernandes de Araújo c.c ?
TNN. José Etelvino de Araújo c.c. Maria dos Anjos da Nóbrega
PN. Veríssimo Bezerra de Araújo c.c. Maria Guedes Bezerra
HN: Maria Áurea de Araújo c.c. Otávio de Barros Neto



Somos Nóbrega

Nossa vinculação com a família Nóbrega vem do casamento entre Ana Maria de Medeiros (9o filha Manoel Alves da Nóbrega - tronco da família Nóbrega no Nordeste brasileiro, segundo José Augusto) e José Martins de Oliveira.
Ana Maria e José Martins de Oliveira tiveram vários filhos e filhas. Entre esses filhos, temos Manoel Martins de Oliveira, pai de Antônio Martins de Oliveira Nóbrega. Esse último, pai de Maria dos Anjos e essa mãe de Veríssimo Bezerra de Araújo (meu avô). Veja o esquema:

  • Manoel Alves da Nóbrega e Maria José de Medeiros (Babanca)
  • F: Ana Maria de Medeiros c.c. José Martins de Oliveira
  • N: Manoel Martins de Oliveira c.c. Felisbella Maria do Rosário
  • BN: Maria dos Anjos Nóbrega c.c. José Etelvino de Araújo
  • TN: Veríssimo Bezerra de Araújo c.c. Maria do Carmo Guedes
  • TTN: Maria Áurea de Araújo c.c. Otávio de Barros Neto
  • PN: Sandra Kelly de Araújo.
No livro "Velhas famílias do Seridó", Olavo Medeiros Filho, temos referência a Ana Maria de Medeiros como a 9o filha do casal Maria José de Medeiros e Manoel Álvares da Nóbrega (e não Manoel Alves da Nóbrega), p. 65.
Ainda, consta Ana Maria na descendência do casal Pedro Ferreira nas Neves e Custódia de Amorim Valcácer, p 71:
TN 89 -  ANA MARIA DE MEDEIROS, que contraiu matrimônio com JOSÉ MARTINS DE OLIVEIRA, do Apodi (RN).

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Otávio e Neném do Ó

Manoel Teixeira de Barros (1914-1975) é o único filho do relacionamento entre Otávio Teixeira de Barros e Josefa Maria da Conceição (Neném do Ó).
Otávio era natural de Palmares/PE. Casou-se com Olívia Dantas de Jardim do Seridó e com ela teve vários filhos. Ele era filho de Ursino Teixeira de Barros e Quitéria da Silva Barros. Já Neném do Ó era filha de Maria do Ó do Amor Divino.

Veríssimo e Carminha

Veríssimo Bezerra de Araújo é filho de José Etelvino de Araújo (Zuza) e Maria dos Anjos Nóbrega.
Maria do Carmo Guedes é filha de Pedro Guedes e Áurea.
Seus filhos:
  • José Etelvino de Araújo -
  • Maria de Lourdes de Araújo -
  • Maria Áurea de Araújo - 1945-2006
  • Pedro Bezerra de Araújo -
  • Maria das Neves Bezerra (Nevinha)
  • Maria Gorete de Araújo -
  • Antônio Bezerra de Araújo-
  • Rita Bezerra de Araújo -
  • Francisco de Assis Araújo -
  • Maria do Socorro Araújo -


Manoel de Neném e Chiquinha

Manoel Teixeira de Barros (Manoel de Neném) nasceu em Caicó no dia 05 de agosto de 1914. Filho de Otávio Barros e Josefa Maria da Conceição (Neném do Ó). Manoel faleceu no dia 14 de janeiro de 1975, aos 61 anos.
Francisca Lídia de Barros ou Francisca Lídia dos Santos (dona Chiquinha) nasceu em Caicó no dia 03 de agosto de 1912. Filha de Antônio Adelino dos Santos e Severina Silvina dos Santos. Chiquinha faleceu no dia 19 de novembro de 1987, aos 75 anos.

Manoel e Chiquinha se casadaram no dia 15 de dezembro de 1931, conforme registro abaixo.



Manoel de Neném e dona Chiquinha tiveram 5 filhos:
  • José dos Santos Barros (Zé de Neném) - Jan/1933
  • Otávio de Barros Neto (Tavu) - Dez/1933
  • Maria do Socorro Barros - 1946
  • Francisco de Assis Barros (Ciduca) - Out/1940
  • Zélia Barros Vilaça - Ago/194.

Otávio e Áurea

Otávio de Barros Neto nasceu no dia 20 de dezembro de 1933, em Caicó/RN. 2o filho de Manoel Teixeira de Barros (Manoel de Neném) e Francisca Lídia de Barros (dona Chiquinha). Faleceu aos 66 anos, no dia 31 de maio de 1999.

Maria Áurea de Araújo era filha de Veríssimo Bezerra de Araújo e Maria do Carmos Guedes (dona Carminha). Nasceu no dia 1o de maio de 1945 e falesceu no dia 27 de outubro de 2006, aos 61 anos.

No dia 15 de junho de 1996, papai escreveu este poema para mamãe:


Destino


A ti que seras eternamente
Companheira na dor e na alegria
Dedico com amor sinceramente
Os momentos felizes deste dia

Trilharemos os caminhos confiantes
Sejam eles de rosas ou espinhos
Alegrias teremos nos semblantes
Alegria teremos nos caminhos

E certo, teremos dessabores
Espinhos, dores, sofrimentos
Jamais seremos desertores
Seguiremos seguros pacientes.


Paulo, Manoel, Sueli, Márcia, Sandra, Alex, Eugênia, Nathália.

Filhos de Otávio de Barros Neto (1933-1999) e Ana Perigo de Barros (1936-1960) (1o casamento):
  • Paulo Perigo de Barros (08/06/1955)
  • Manoel Perigo de Barros (27/05/1956-1990) 
  • Maria Sueli Perigo de Barros (14/11/1957)
  • Maria Márcia Perigo de Barros (03/03/1956)
Filhos de Otávio de Barros Neto com Maria Áurea de Araújo (2o casamento):
  • Sandra Kelly de Araújo (-2/06/1966)
  • Alex Araújo (31/03/1969)
  • Eugênia Kelly de Araújo (15/08/1975)
  • Nathália Kelly de Araújo (01/03/1984).
Minha mãe, Áurea, teve filhas a cada 9 anos - 1966 (Sandra), 1975 (Eugênia), 1984 (Nathália). E meu pai, Otávio, viveu comigo ciclos de 33 anos: Ele nasceu em 1933. Eu nasci em 1966, quando ele tinha 33 anos. Ele faleceu aos 66 quando eu tinha 33 anos, em 1999.

Ensaio de Genealogia - O começo

Cresci ouvindo histórias de Leleta sobre meus ascentrais. Leleta, Julieta Araújo, era tia avó, irmã de meu avô Veríssimo Bezerra de Araújo. Seus relatos eram cheios de detalhes, paixão e orgulho. Julguei prematuramente que havia fantasias em suas palavras. Estava enganada. As pesquisas que realizei mostraram que ela tinha razão. Assim, começo a compartilhar minhas descobertas na expectativa de encontrar parceiros nessa empreitada.
O trabalho caminha a passos lentos. Há vários vazios a serem preenchidos. Especialmente aqueles relativos a minha avó materna Maria do Carmo Guedes (Dona Carminha). Também sobre minha avó Chiquinha (Franscica Lídia de Barros ou Francisca Lídia dos Santos - nome de solteira) e de minha bisavó Neném do Ó (Josefa Maria da Conceição).
É importante registrar que tais vazios dizem respeito a história das mulheres, sua genealogia. Seus sobrenomes nem sempre fazem referência seus pais ou maridos. Josefa Maria da Conceição, Felisbella Maria do Rosário, Maria do Amor Divino...
Enfim, convido você a um breve timbungo em minha história que talvez possar ser sua história.