Tive acesso a diversos registros
fragmentados sobre a vida dos irmãos portugueses Clemente Gomes Amorim e Carlos
Vidal Barromeu. Sabemos que por volta de 1730 se fixaram na região do Apodi. Os
registros bibliográficos afirmam que foram fundadores da cidade de Portalegre,
região da Serra do Martins. Assim, temos: o município, fundado em 1740 pelos
irmãos portugueses Carlos Vidal Borromeu e Clemente Gomes d’Amorim, herdou o nome
da Portalegre portuguesa devido às semelhanças da paisagem serrana com a região
do Alto Alentejo, em Portugal.
Clemente Gomes Amorim casou-se
com Inácia Caneiro de Freitas, filha do Capitão Manoel Carneiro de Freitas da serra do Martins RN. Já Carlos Vidal Barromeu casa-se com Margarida de Freitas
Nogueira, filha do Sargento-Mor português Manoel Nogueira. Ao referir-se sobre
Manoel Nogueira, temos a seguinte informação no livro Nomes da terra, de Luís
da Câmara Cascudo: Seu genro, o
português Carlos Vidal Borromeu, e o irmão Clemente Gomes de Amorim, ajudados pelos
Tarairiús — Paiacus, expulsaram os Pegas e Monxorós da região, (1740),
recebendo sesmarias na Serra dos Dormentes, (1747-1749).
Diversas fontes afirmam que
eles foram responsáveis por diversos conflitos com índios da região do Apodi, seus
desaldeamentos e dispersão, como o que ocorreu que os índios Mouxorós,
Monxorós ou Mos-sorós, da tribo cariri.
Na História
do Rio Grande do Norte, temos: [os mouxorós] Habitaram a serra dos Dormentes, outrora de Manuel Nogueira Ferreira,
hoje Portalegre. Carlos Vidal Borromeu e seu
irmão Clemente Gomes de Amorim, em 1740, com os Paiacus, desalojaram os Pegas e
Mouxorós dos aldeamentos. Passaram então a viver na serra da Cipilhada,
posteriormente denominada serra
do João do Vale. (Luís da Câmara Cascudo, História do Rio Grande do Norte, p. 40).
No livro
Mossoró (p. 16), temos: Em começos do
século XVIII, foram os Monxorós evacuados para a serra dos dormentes em
Portalegre, sendo, em 1749, vencidos pelos Patacús, auxiliados por Carlos Vidal
Borromeu e Clemente
Gomes de Amorim, e dispersados.
Sobre os índios
Mouxorós, há uma pequeno artigo de Geraldo Maia no site http://www2.uol.com.br/omossoroense/270606/conteudo/artigos.htm
que merece nossa atenção, transcrevo parte:
No livro "História de São José do
Mipibu", temos: (...) onde esses silvícolas procuraram abrigo depois de serem
expulsos dos seus aldeamentos por Carlos Vidal Borromeu e seu irmão Clemente Gomes de Amorim, em
aliança com os Paiacus
Ainda soubemos que Clemente e Carlos Vidal recebem
por sesmaria a Serra de Santana por volta dos anos 1747 a 1749, entretanto
nunca a demarcaram, como explica a Revista do Instituto Histórico e Geographico
do Rio Grande do Norte (1946): É sabido que a serra, de grande valor agrícola, com a
denominação de Sant’Ana, fôra concedida em sesmaria, nos anos de 1747 e 1749,
aos portugueses Carlos Vidal Borromeu e Clemente Gomes de Amorim, os quais não
a demarcaram.
Nossa relação com esses
irmãos portugueses é pelo fato de que eram tios de José Martins de Oliveira,
bisavô de Antônio Martins de Oliveira Nóbrega. Essa informação está em: (completar)
Sobre essa tribo, pouco sabemos. Nas histórias oficiais do Rio
Grande do Norte, quase nada encontramos. Apenas Câmara Cascudo se ocupa do
assunto. Segundo ele, "os Mouxorós ou Monxorós (Mossorós), cariris,
vagavam pelas margens do atual Mossoró em seu derradeiro trecho e também
Upanema. Com os Pégas se uniram e com eles mataram muito gado, provocando
correria repressiva dos curraleiros de Campo Grande (Augusto Severo) contra
eles. Habitaram depois a serra dos Dormentes (Portalegre), outrora de Manoel
Nogueira Ferreira, situador valente".
Informa ainda Cascudo que "Carlos Vital Borromeu e seu irmão
Clemente Gomes d'Amorim, em 1740, ajudados pelos Paiacús, desalojaram os Pégas
e Mossorós dos aldeamentos serranos. Passaram então a viver na serra da
Cipilhada, posteriormente denominada Serra de João do Vale". Nonato
Mota, em "Notas Históricas", Comércio de Mossoró, 12 de julho de
1914", completa a história informando que "os Pégas e Mossorós foram
transferidos para a aldeia de Mopibu ou Mipibu, onde se dissolveram
etnicamente", esparsos e fracos ante a tentação do álcool, levando uma
vida totalmente diferente da que estavam acostumados, sendo obrigados a
trabalhar, plantando e colhendo, tarefa que a tribo confiava às mulheres,
descaracterizando as funções da tribo.
Também é necessário
mencionar que no livro “Mensagem apresentada a assembléia legislativa”, de 1894
a um registro sobre doação de três léguas
de terras para o patrimônio dos índios.
Entenda a
ascendência:
José Martins de Oliveira (1)
c.c Catharina Gomes de Amorim
José Martins de
Oliveira (2)
c.c. Ana Maria de Medeiros
Manoel Martins de
Oliveira
c.c. Felisbela
Maria do Rosário
Antônio Martins de
Oliveira
c.c. Bárbara Joana
do Bomfim
Maria dos Anjos da
Nóbrega
c.c. José Etelvino de Araújo
Veríssimo Bezerra de
Araújo
c.c. Maria do Carmo Guedes
Maria Áurea de Araújo
c.c. Otávio de Barros Neto
Sandra Kelly de
Araújo
Noutra direção, temos algumas referências com relação a esposa de José Martins:
ANA MARIA
DE MEDEIROS deve ter
sido a 9* filha do casal Manoel Alves da Nóbrega e sua mulher D. Maria José de
Medeiros. Foi casada com José Martins de Oliveira, do
Apodi, Rio Grande do Norte. (Biblioteca genealógica brasileira, vol. 8,
p. 537).
TN 89 - ANA MARIA DE MEDEIROS, que contraiu matrimônio com JOSÉ MARTINS DE
OLIVEIRA, do Apodi (RN) (Velhas famílias do Seridó,
p. 71).
Ana Maria era neta de Miguel Bezerra da Ressurreição, português, residente em Santa Luzia/PB. Mas essa é outra história...